Pesquisadores descobriram, na Alemanha, um fragmento de papiro com grande importância histórica. A amostra, que mede 11 x 5 centímetros, está escrito em grego antigo, e provavelmente seja da região do Egito.
Acreditava-se que o conteúdo era algo como uma lista de compras ou uma carta privada. Porém, dois tradutores perceberam a palavra “Jesus” em meio ao conteúdo. Assim, eles analisaram todo o fragmento. Um deles foi o brasileiro Gabriel Nocchi Macedo, que é professor da Universidade de Liège, na Bélgica.
“Por acidente, quase, por sorte, estávamos olhando fotos dos papiros da Universidade de Hamburgo, que foi digitalizada, e encontramos o papiro, lemos o texto (que está escrito em grego antigo) e identificamos como uma passagem sobre a vida de Jesus”, contou, conforme divulgação do G1.
Somente depois, os pesquisadores confirmaram ser uma cópia do Evangelho de Pseudo-Tomé, que pela estrutura talvez seja o resultado de um exercício de escrita do idioma em um monastério.
Para os especialistas, o fato registrado pelo papiro é um episódio que teria ocorrido na infância de Cristo: “vivificação dos pardais”.
Este é o segundo milagre atribuído a Jesus, conforme o que está escrito no evangelho apócrifo, e remete aos cinco anos do messias.
Segundo a narrativa, Jesus está brincando de moldar 12 pardais com argila, e é repreendido pelo pai, José, por estar fazendo uma atividade no sábado, dia sagrado para os judeus. Por isso, Jesus teria batido palmas, fazendo com que os pardais de barro ganhassem vida.
No entanto, mais análises ainda são necessárias, o que deve acontecer em breve e, posteriormente, os detalhes estarão em um artigo acadêmico. Entretanto, os pesquisadores acreditam que o pedaço de papiro seja a versão mais antiga já encontrada de um texto apócrifo que faz parte do Evangelho de Pseudo-Tomé. O fragmento de texto faz parte da Hamburg Carl von Ossietzky State and University Library.
O que é o Evangelho de Pseudo-Tomé?
O Evangelho de Pseudo-Tomé é atribuído a um Tomé, que não é o discípulo de Jesus. Ele é considerado um texto apócrifo pela Igreja. Isto porque não foi incluído na atual versão da Bíblia, em especial por narrar histórias sobre um período pouco detalhado da vida de Cristo, a infância.
O texto original foi possivelmente escrito no século II. No entanto, suas edições mais antigas até agora datavam do século XI. O papiro achado na Alemanha, porém, é um provável sobrevivente dos séculos IV ou V, o que tornaria ela a cópia mais antiga desse manuscrito.
Fonte: Comunhão, com informações de MSN
Foto: Humboldt-Universität