O vereador afastado, Carlos Delfim (PDT), – acusado pelo Ministério Público de envolvimento em um esquema milionário de desvio de verbas na Câmara Municipal de Muriaé, e condenado pela prática de “rachadinha”, prestou depoimento à comissão da Casa Legislativa que conduz o processo que pode resultar na cassação de seu mandato.
Acompanhado por um advogado, Delfim foi ouvido em Audiência de Instrução realizada na segunda-feira (17/4), na sede do Poder Legislativo, assim como uma das três testemunhas apresentadas inicialmente por sua defesa. As outras duas foram dispensadas.
A audiência foi conduzida pelo presidente da comissão processante, vereador Celsinho (PSD), e participaram dos interrogatórios, o relator do colegiado, Ciso (PP) e Delsinho Amaro (Solidariedade), membro da comissão. Já os vereadores, Ademar Camerino (MDB) e Devail Gomes Corrêa (PP), que também integram o grupo, não estavam presentes.
O autor do requerimento que deu origem ao processo, vereador Reginaldo Roriz (PDT), acompanhou os depoimentos, assim como o presidente da Câmara, vereador, Gerson Varella Neto, e o vereador Lelei (PSD).
O relatório elaborado pela comissão, ao final de seus trabalhos, será submetido ao plenário da Casa.
O teor das declarações de Carlos Delfim não foi divulgado.
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Relembre
Carlos Delfim é um dos acusados de participação em um complexo esquema de desvio de verbas públicas na Câmara de Muriaé. O caso veio à tona com a operação Catarse, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), deflagrada em Muriaé, em novembro de 2021, com quatro fases já realizadas, com ações também nos municípios de Divino, Eugenópolis e Ubá.
Conforme o Gaeco, o esquema inclui, entre outras práticas, a popular “rachadinha” e uso de notas fiscais falsas para justificar o repasse de verbas aos envolvidos.
A partir das investigações do MPMG, o vereador virou réu em ação penal e, no início deste ano, foi condenado pela Vara Criminal da Comarca de Muriaé a cinco anos e quatro meses, inicialmente no regime semiaberto. E antes mesmo da condenação já estava afastado do exercício do mandato por determinação da Justiça. Ele foi julgado pela e sentenciado, sendo mantido seu afastamento do cargo público.
De acordo com o Gaeco, Delfim ainda responde criminalmente por outros 178 crimes de peculato e dois delitos de lavagem de dinheiro.
Fonte e fotos: Ascom/Câmara Municipal de Muriaé