O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Zona da Mata, deflagrou nesta quinta-feira (23), a terceira fase da Operação Catarse, que apura a prática de diversos crimes contra o patrimônio público em Muriaé. Nesta fase, as ações foram focadas no aspecto contábil e financeiro da Câmara Municipal, e segundo o Gaeco, o diretor do setor foi preso em cumprimento a um mandado judicial de prisão temporária.
A Promotoria do Patrimônio Público de Muriaé e as Polícias Civil e Militar também participaram da operação, durante a qual também foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, sendo um na residência do detido e outro na Câmara. Diversos documentos foram recolhidos.
De acordo com o MPMG, está sendo investigada a existência de um complexo esquema criminoso conduzido por vereadores e empresários, com a emissão de notas fiscais frias para legitimar o pagamento ilícito de verbas de gabinete aos parlamentares investigados, inclusive no cenário de empresas registradas em nome de “laranjas”.
Também estão sendo apuradas condutas de agentes políticos da Câmara Municipal de Muriaé que teriam compelido servidores públicos a repassarem parte de seus vencimentos aos investigados, inclusive coagindo-os a realizarem empréstimos bancários para a concretização dos delitos. Desses servidores vítimas, alguns declararam que ficaram endividados e chegaram a adoecer em razão das ameaças indiretas feitas pelos envolvidos.
Ainda conforme as investigações, há indícios da ocorrência de um complexo esquema de desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro, em especial quanto à contratação de empresas aparentemente de fachada pelo município de Muriaé, que pode ter gerado um dano ao erário superior a R$ 10 milhões.
Bens indisponibilizados/apreendidos
Até o momento o MPMG conseguiu indisponibilizar e/ou apreender os seguintes bens: R$ 310.550,96 em cheques apreendidos, R$ 77.228,30 em dinheiro, R$ 34.481,92 bloqueados judicialmente, dois caminhões, duas caminhonetes, um ônibus, seis automóveis, uma motocicleta e três reboques/carretinhas.
A operação desta quinta-feira ainda está em andamento e conta com a participação de promotores de Justiça, servidores do MPMG, policiais do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e Delegacia Especializada de Repressão à Organização Criminosa (Draco) – todos da Polícia Civil de Minas Gerais -, Grupo de Combate às Organizações Criminosas (GCOC) e policias militares da 4ª Região.
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Fonte e Fotos: MPMG